terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Entrevista com um ocultista

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O mundo oculto ainda é desconhecido para muitos atualmente. Durante várias décadas a raça humana preferiu encobrir diversos tipos de áreas afim de não torna-las comum e evitar que pessoas erradas utilizassem de certas informações para seu próprio bem. O cultismo de Ordens ultrapassa gerações milenares, famílias, grupos e estudiosos esforçam-se para mante-las vivas, buscando sempre desmistificar mentiras e ajudar a guiar as almas perdidas.


Depois de demorar meses buscando novas fontes de informação, acabei esbarrando em Cass, do blog Ordem dos Venatores. Ele se dispôs a participar de uma entrevista, a qual estava planejando a muito tempo. Com o intuito de simplificar, fiz uma breve entrevista com ele a respeito da Ordem em que ele participa. Espero que isso possa de alguma forma esclarecer dúvidas que frequentemente surgem a respeito disso.



- Para um leigo no assunto, poderia resumir o que é uma Ordem e o que a sua em especifico faz?


Cass: ''Cada Ordem ocultista tem seus próprios motivos e ações dentro do meio oculto, a grande maioria das Ordens buscam o aprendizado, a evolução espiritual, desvendar os mistérios no oculto, como algumas Ordens famosas, como a Rosacruz, a A.A.(Astrum Argentum), a mais conhecida mundialmente, que é a Golden Dawn(que o ilustre Aleister Crowley fazia parte), e muitas outras que não lembro de cabeça. Mas resumidamente cada Ordem tem sua filosofia e tipo, o que fazem. Já a Ordem dos Venatores tem como filosofia buscar a evolução espiritual, a busca do conhecimento e também ajudar outras pessoas com problemas relacionados ao oculto em geral. Mas não foge muito do que Ordens famosas também fazem.''




- Existem classes dentro dessa ordem ou algo parecido?


Cass: ''Digamos que sim e não. Existem 3 diferenças apenas, mas não digamos classes. Existem apenas os Conselheiros, que são os membros mais antigos. Os ocultistas (vulgo caçadores) prontos pra atuar em campo, e os recrutas.''



- Qualquer um pode ser recrutado/a e o que é necessário ter para ser um?

Cass: ''Todos podem fazer parte do recrutamento(coisa que fizemos no último ano e que pretendemos fazer outra possivelmente no final deste), mas pra se tornar um recruta precisa passar por um teste teórico, de perguntas, que não buscam saber o quão a pessoa é sábia, mas sim o quão a pessoa é confiável. Seria esse o teste inicial. Depois cada membro do Conselho tem seu próprio jeito de avaliar o possível recruta. No final fazemos a votação, e sabemos se a pessoa entrará ou não na Ordem. Mas estar ou não dentro da Ordem, não altera o fato de passarmos conhecimento pra pessoa, apenas muda de fato, o grau da coisa que vamos ensinar.''




- Fale um pouco sobre as ''caças'', nas quais geralmente ordens costumam estar envolvidas.                                                                                                               Cass: ''A vulga caça, como muitos chamam, não faz parte normalmente de Ordens. São raras as Ordens que realmente são "caçadores" de verdade, grande parte são apenas iniciantes no assunto. A maioria dos caçadores, que buscam apenas caçar, ou atuam sozinhos, ou então em CC's (Clubes de Caça). A caça na vida real, não é algo tão "fodastico", as pessoas resolvem casos sim, poltergeist, possessões e assim por diante, mas a maioria não se mete com coisas que não sabem lidar, e são poucos que sabem lidar com coisas grandes, então grande parte ficam nisso. Conheci um caçador que havia caçado um Lobisomem, por exemplo, e alguns outros seres físicos. Nós, da Venatores por exemplo, não buscamos caçar seres físicos, pois buscamos manter o equilíbrio no universo, e sendo assim não buscamos ajudar apenas pessoas humanas, mas também ajudamos outros seres a digamos, se controlarem. Claro, que não funcionaria com um Wendigo ou algo parecido (risos), mas me refiro a Lycantropos, e psyvamps, que normalmente são os casos mais comuns.'' [...]                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                 - Um conselho para quem está querendo iniciar nessa prática.

Cass: ''O conselho é simples, caia fora enquanto há tempo, ''ah Cass mas eu quero ajudar as pessoas.'' Primeiro questione-se: você consegue se ajudar? Pois antes de ajudar alguém de fora com sucesso, o seu interior precisa estar intacto e forte. Você realmente pode fazer isso? Por que a caça é para todos, mas nem todos são para a caça. Você se respondeu isso e mesmo assim quer ir? Quer ajudar pessoas e não se importa de estudar muito? Vire médico, hoje em dia tem muitas bolsas de estudos. ''Poxa Cass, eu quero cara, deixa de ser chato!'' Não, eu não to sendo chato, primeiramente que não é brincadeira, segundo que isso pode e vai te deixar traumas pro resto da tua vida, provavelmente vai te afastar de todos que tu gosta ou vai impedir com que tu fique com tais pessoas (não to dizendo que tu vai virar andarilho não, mas sabe aquela guria que tu gosta, é, não vai poder construir uma família com ela, pois você talvez não seja capaz de proteger ela. Sabe aquela família que te apoiava antes nos estudos e em tudo? Vão te olhar com cara feia. Sabe os teus amigos? Vão ser os ocultistas que tu vai conhecer, e que a qualquer momento poderão te trair e te matar. Sabe aquela noite de sono beeeem descansada? Adeus. Mas se mesmo assim tu achar que eu to brincando, boa sorte.''



- Como você, particularmente, entrou nisso?



Cass: ''Como eu entrei é uma história longa, mas vou resumir. Tenho transtorno de dupla personalidade desde os 4 anos, quando ocorreu algumas coisas que me traumatizaram. A partir dai, a personalidade Cass sempre aparecia pra me ajudar em momentos difíceis, e com o tempo, foi tomando mais conta e nos tornamos amigos, não apenas um estado do meu cérebro que é ativado em momentos difíceis, mas um estado do meu cérebro que tem vida própria, como se eu tivesse uma alma partida ao meio, ou duas, coisas que não são o caso (risos), mas uma forte dupla personalidade. Minha família por parte de pai, e avô, eram bugres, nativos da região sul do brasil, como se fosse os índios do sul, pele vermelha, e meu avô trouxe muito conhecimento, apesar dele mal conhecer a mãe dele que morreu quando ele era pequeno, e foi criado pelo pai português dele, e sendo assim, de alguma forma ele conseguiu muito conhecimento em coisas do oculto, benzeduras, maldições, alguns tipos de exorcismos e banimentos. Dos 11 filhos, o pai foi o único que demonstrou um pouco de interesse, e aprendeu algumas das coisas que meu avô sabia, mas usou muito pouco. Quando eu tinha uns 6 anos meu avô faleceu, mas eu aprendi algumas coisas e tive interesse em aprender mais, mas isso passou em branco até 2009, quando iniciei meus estudos no oculto, e tive ajudas em "sonhos" com o meu avô. A partir dai, comecei a estudar e estudar, e em 2012 resolvi meu primeiro caso, um poltergeist. E depois tudo seguiu, ajudando pessoas e por ai vai. No oculto sou Cass pelo simples fato de que quando realmente faço coisas sérias, essa personalidade que toma conta, enquanto o lado Lucas é mais calmo, zoeiro.''



- Se puder comentar, qual sua função dentro da Ordem?

Cass: ''Em 2009, quando comecei, logo conheci um grupo de estudos chamado Ordem Hermética da Luz e Saber, e o d10CC, que me ajudaram muito. Ingressei no grupo de estudos OHLS, e todos aprendiamos juntos, até fim de 2010, quando só restaram poucos membros, e os que juntaram os membros no inicio, resolveram transformar isso em Ordem dos Venatores. Houve diversas mudanças, em tudo dentro da Ordem, e no fim de 2012, comecei a fazer postagens no blog, pra ajudar a ODV, com o tempo passando, mais membros saíram, e por um ano, com um retiro pra estudos que o fundador da ODV fez, eu como era o mais antigo, fiquei no comando, e as coisas começaram a dar cada vez mais certo, até o fundador voltar. Depois disso houve mudanças radicais novamente, eu sai e voltei, e então o fundador e eu conversamos, e ele resolveu sair da ODV, e deixar ela sob minha liderança. Depois disso houve mais algumas mudanças, até chegar no que ela é hoje. Sou o membro mais antigo da ODV, e também líder dela. Mas como não temos 100% um líder (pois quando se dá poder a uma pessoa, total poder, as coisas não costumam dar certo), resolvemos que os 4 atuais membros do conselho, todos tem poder na hora de votar em decisões da ODV. Então apesar de eu ser o Líder, sou também um dos Conselheiros.''




- Conhecendo esse lado pouco entendido, de suas experiencias, pode me dizer qual foi a mais marcante em sua vida?


Cass: ''E a experiência mais marcante eu não tenho, tenho varias que marcaram. Como quando fiz minha primeira projeção, ou quando fui jogado pra fora do corpo na madrugada do dia 1 pro 2 de novembro e uma caralhada de larvas astrais foram em mim e eu quase morri. Em alguns casos que fui amparador astral. Alguns casos físicos me marcaram por estar na companhia de determinadas pessoas, isso e muito mais. Praticamente tudo me marca, toda energia que sinto, tudo que faço... Algumas coisas marcam positivamente, outra negativamente.'' [...]




  • Para conhecer um pouco mais sobre a Ordem Dos Venatores:  Facebook: https://www.facebook.com/ordemdosvenatores20/                                            Blog: ordemdosvenatores20.blogspot.com

domingo, 7 de janeiro de 2018

Comunicado

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Depois de um longo período de tempo afastada em função do meu trabalho, finalmente estou de volta! Agora com ainda mais histórias e relatos que acumulei durante esse tempo! Peço desculpas por ter bloqueado o blog e demorado tanto para responder os emails, eu realmente estava completamente atolada de trabalho e o blog foi esquecido. Agradeço pelos emails recebidos durante minha ausência, todos serão respondidos carinhosamente o mais rápido possível. O blog voltará cheio de novidades e se tudo sair como o planejado, novas parcerias serão realizadas.

                                                                                             

Caso tenha algum relato que queira compartilhar, mande para mim seu email e deixe avisado no chat o assunto. Mandarei um email, avaliarei seu conteúdo e entrarei em contato o mais rápido possível.


                                                                                                    - Ys B.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

''Apaixonar-se por humanos?''


''Sabe, esse é o tipo de pergunta que eu ouço sempre e até entendo o espanto quando digo que não é somente possível, como frequente. Vamos partir do pressuposto de que os vampiros são os predadores naturais dos humanos. Isso nos coloca eternamente perseguindo os humanos e eternamente em contato com eles. Existem tantos humanos atraentes no mundo, não digo somente pelo cheiro diferenciado do sangue, mas também pelas formas e conteúdos. Conheço muitos que se deixaram levar por essas paixões e acabaram perdendo a cabeça, literalmente. Quando somos novos, digo recém criados, temos uma sede terrível que coloca não somente os humanos em perigo, como a nós mesmos. Com o tempo aprendemos a controlar essa sede, nos possibilitando a aproximação com humanos não apenas para a alimentação. Aos poucos, vamos retornando ao convívio social aprendendo novamente como ser mais racional e conhecendo o seu limite. Demorou mais de cinco anos para eu conseguir me inteirar por completo a sociedade, tinha receio de acabar prejudicando o meu tutor. Depois de anos já acostumado com as pessoas, eu conheci alguém. Sinceramente eu estava pior que um adolescente quando se apaixona, era a primeira vez que eu ficava tão atraído por uma humana. Ela era a nova bibliotecária do lugar onde eu mais frequentava na cidade e confesso que passei a ir ainda mais. Diferente da senhora que mal olhava nos olhos das pessoas, Olivia* atendia com um sorriso sempre muito solícita. Começamos a conversar e pela primeira vez não estava com pressa, queria aproveitar o máximo que podia daquela mortal tão encantadora.[...] Não demorou muito para iniciarmos um relacionamento, Olivia não sabia o que eu era, mas vez ou outra levantava algumas suspeitas que prontamente eu derrubava por terra. Era o relacionamento que nunca tive mesmo quando ainda era humano, aquele vazio que senti por tantos anos eram preenchidos quando estava com ela, mas como você deve imaginar não era tão fácil. Evitava passar muitos dias sem me alimentar, jamais me perdoaria se prejudicasse Olivia, mas como aumentei a frequência de caça, atraí atenção que não queria. Determinadas áreas são controladas por clãs mais antigos, fazendo com que eles se tornem donos delas. Minhas caças eram nos arredores que já pertenciam a um desses clãs e não demorou muito para que viessem a minha procura. Não foi uma das conversas mais agradáveis que tive, o que resultou em uma discussão. que levou a uma briga e então uma ameaça de morte. No calor do momento eu não me dei conta que não estava sozinho naquela situação, anexei Olivia mesmo sem ela ter culpa alguma. Aquele dia decidi que não tinha como manter um relacionamento com uma humana, precisava decidir entre transforma-la ou abandona-la. Como de costume, fui a biblioteca para vê-la e então tomei minha decisão. Sentado em um telhado, esperei Olivia chegar em casa para apropriadamente falar com ela. Utilizei de todos os meus artifícios para fazer com que ela acreditasse que apenas estava me divertindo e que nunca de fato havia gostado dela. Me certifiquei de que ela havia acreditado em mim, avisei um integrante do clã que estava saindo e apaguei qualquer lembrança que pudesse me fazer querer voltar. Anos se passaram e eu decidi passar pela cidade. Olivia não trabalhava mais na biblioteca, ela havia casado e tinha dois filhos. Hoje eu vejo que a melhor coisa que fiz foi ter deixado ela, jamais poderia ter dado a vida tranquila e feliz que ela merecia. Eu me relacionei com outras pessoas no passar dos anos, até certo ponto eles funcionam, mas muitas vezes nocivo para quem é mortal. Apaixonar-se por humanos é fácil, mante-los vivos é que complica.[...]''

*Olivia: Nome fictício 


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- Ys B.

terça-feira, 29 de novembro de 2016

''Eu vivi um dia duas vezes''


''Estava, provavelmente, na minha melhor fase. Recém formada, sendo inserida nos negócios sem fazer muito esforço e curtindo minha vida como deveria. Para mim, aquela era uma quarta-feira normal. Acordei com um irlandês maravilhoso do meu lado, depois de uma noite muito animada [...], recolhi minhas roupas no chão e me vesti no corredor do hotel mesmo. Eu não sei explicar exatamente, mas eu estava com uma sensação esquisita no corpo. Me sentia mais pesada, mais lenta, não sei [...]. O ar também parecia esquisito, seco e gelado. Deduzi sendo efeito da ressaca dos shots e do irlandês da noite anterior, mesmo que no fundo eu estivesse inquieta. Sai do hotel meio perdida, o cara havia me trazido de noite e eu estava ocupada demais para prestar atenção no caminho. Estranhamente meu coração estava acelerado, tinha o que parecia ser um formigamento no meu peito que subia até minha cabeça. Comprei um jornal em uma banca e segui para uma cafeteria, tinha certeza que era cafeina que estava faltando. Folheei o jornal, li todas as matérias e me atualizei das notícias do mundo financeiro aquele dia. Além daquela sensação estranha, ouvia um zumbido fraco no ouvido, assemelhava a estática ou algo assim. O resto do dia foi igualmente bizarro, as pessoas não pareciam realmente me ouvir ou ver. Eu estava ali, mas também não estava. Tudo parecia tão distante, eu sentia tudo, mas não absorvia muita coisa. Do nada aquele zumbido no ouvido ficou mais forte, as coisas na minha cabeça começaram a se embolar juntamente com vozes e imagens. E então acordei novamente no quarto junto com o irlandês, estava sufocada e enjoada. Eu tremia e na medida que encontrava as roupas no mesmo lugar que lembrava, piorava a situação. Olhei no celular e marcava exatamente o horário que havia olhado na primeira vez. Sai do hotel encontrando as mesmas pessoas, agora não estava perdida, fui diretamente para a banca, comprei o mesmo jornal onde havia as mesmas noticias. Garota, você me conhece e sabe o tipo de pessoa que sou, isso que aconteceu fugiu totalmente das minhas poucas crenças. Algumas pessoas disseram que poderia ser um déjá vu, mas não sei se foi isso, já que eu literalmente vivi um dia duas vezes. Todas as coisas naquele dia aconteceram duas vezes. Nunca mais aconteceu a mesma coisa, digo nessa intensidade, mas parece que ficou uma ligação, entende? Seja lá o que quer que tenha acontecido de verdade.'' 

Relato de uma amiga, que foi muito prestativa em me contar detalhadamente a história. Detalhado mesmo. Algumas coisas foram adaptadas/cortadas para melhor entendimento.
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- Ys.

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

''A vida como um lobisomem''


'' Com a ajuda de Alan*, aos pouco eu fui aprendendo como levar duas identidades ao mesmo tempo. Devo confessar que minha vida sendo humano é bem normal, como eu evito ficar muito mais que um ano em cada lugar, busquei uma profissão que pudesse acompanhar esse modo de vida. Trabalho como representante de vendas, o que possibilita que jamais fique na mesma área por um longo período. Regularmente eu preciso descarregar a raiva acumulada, se não fica perigoso para quem está ao meu redor e para mim, já que se me descontrolo posso chamar a atenção de caçadores ou outras coisas. Eu não culpo as pessoas por não acreditarem que existam diferentes criaturas, ou por exemplo, que do nada você pode se tornar uma delas. Eu era assim. É muito mais fácil de viver, fechando os olhos para isso. Acontecem coisas sem explicação, os que sabem escondem para se manterem a salvo, os que não sabem procuram desculpas e quando se é revelado, ninguém acredita. Apenas algumas pessoas sabem o que eu sou, e ou elas são criaturas como eu, ou são pessoas doidas como você [...]. Existem certos humanos com habilidades especiais, que sentem esse tipo de coisa, mesmo não acreditando na existência, eles sabem. Encontrar pessoas assim é perigoso, embora não sejam capazes de fazer algo, elas podem colocar outros olhares sobre você e isso pode ser uma sentença de morte. Minha vida como um lobisomem é sempre uma incógnita, tenho meus altos e baixos mesmo depois de tantos anos (mais de uma década), ainda preciso a cada dia superar minhas barreiras. Tem dias que eu acordo no meio da noite transformado, com as roupas rasgadas e pronto para lutar. Algumas vezes é mais fácil me acalmar e em outras parece que tudo vai explodir. Geralmente, nos meus dias ruins eu vou para algum lugar afastado e lá quebro tudo o que tenho direito. São dias escuros, onde basicamente flui no meu corpo raiva e sede por uma batalha. É perigoso e tóxico para os humanos, eu me transformo em uma besta completa e para atacar alguém não é necessário muita  coisa. Embora minha vida seja essa montanha russa tentando conciliar meus dois Eu's, estou conseguindo levar a vida com harmonia. Cada dia é um dia, eu preciso sempre estar consciente dos meus limites e constantemente lembrar da minha promessa de nunca machucar um humano.''

*Alan: Nome fictício. 

Mais uma parte do relato de um lobisomem, desta vez comentando um pouco sobre como leva a vida. Postarei mais a medida que for transcrevendo e adaptando para melhor entendimento.
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- Ys.

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

''Ataque de vampiro''



''Era véspera de ano novo, como de costume sai para dar uma volta antes que o show de fogos começasse. Era uma noite fria e por estar em uma cidade praiana a brisa era mais gelada ainda. Decidi me afastar do conglomerado de pessoas que se formava na orla, definitivamente eu odiava multidões e só havia aceitado ir por insistência dos meus amigos. Caminhei meio sem rumo, a cidade estava praticamente vazia se comparado com a praia. Me afastei do centro indo em direção a um parque enorme que havia mais ao norte da cidade. Sentei-me em um banco mais escondido e acendi um cigarro, apenas observando um ou outro bêbado que passava tão sem rumo quanto eu. Perdi a noção do tempo que fiquei ali e quando me dei conta fui despertado pelos fogos da meia-noite. Na minha cabeça chapada era uma boa ideia subir em uma espécie de trilha que havia ali para tentar ver o show de fogos. Mais lento que o normal, fui subindo vez ou outra parando para tragar o cigarro. Cheguei na parte onde havia umas pedras, sentei-me ali e fiquei olhando a pouca movimentação abaixo de mim. Me surpreendi quando alguns pássaros saíram das arvores voando apressados, quer dizer, era passado da meia-noite ainda e aquilo não fazia sentido nenhum. Comecei a ouvir um barulho por entre as árvores, como se o vento passasse somente ali. Não muito longe de mim, eu vi um cara parado me encarando, da mesma forma fumando um cigarro, gritei com ele falando que não deveria ficar olhando os outros na escuridão e que ele havia me assustado. Do nada o cara sumiu, na hora eu achei que fosse alucinação, mas quando eu olhei para o outro lado lá estava ele parado com um pé na arvore. Meu coração acelerou, fiquei de pé já pronto pra correr. Não tinha como ele conseguir ir de um lado para o outro tão rápido, ou eu estava muito chapado ou aquele cara era o Flash. ''- Hey cara, o que está fazendo?" perguntei tentando não parecer tão assustado ''- Curtindo a noite.'' Ele disse dando um sorriso sarcástico. Procurei prestar atenção na aparência dele, era magro o que na minha cabeça daria para brigar, tinha a pele branca, dava para ver as tatuagens no pescoço e mãos. Naquela altura eu estava apavorado,havia algo nele que era bizarro e depois eu fui entender o porquê. Como em um piscar de olhos ele estava na minha frente, nem deu tempo de pensar direito quando com apenas um braço me jogou contra uma árvore. Tentei gritar, mas pelo impacto eu havia perdido o ar e não conseguia respirar. Ainda me recuperando do baque, fui me arrastando a medida que ele se aproximava de mim. Quando ele estava bem próximo, percebi que sua feição havia mudado, agora seus olhos estavam amarelados e alguns dentes estavam maiores. Naquele momento eu percebi que era o meu fim, estava paralisado de medo e aquilo definitivamente não era humano. Com a força do desespero, gritei até sentir minha garganta arder e ele se divertia com a situação. Ele parou em minha frente, cravando as unhas nos meus braços e quando foi me morder, ouvimos barulhos de fogos e gente rindo alto. Novamente comecei a gritar e então, tão rápido a coisa sumiu fazendo um rastro de folhas secas. Algumas pessoas chegaram onde eu estava, mesmo explicando ninguém acreditava, me levaram ao hospital e como viram que havia consumido maconha, não consideraram meu depoimento. No fim disseram que foi ataque de algum animal e que eu havia tido sorte por não ter me machucado mais quando caí da árvore (foi o que disseram). Nunca acreditei nessas coisas, para minha eram tão reais quanto coelho da pascoa, mas as cicatrizes de unhas nos meus braços não me deixam esquecer daquele encontro maldito.''

Depoimento de um sobrevivente de um ataque de vampiro, algumas coisas foram mudadas para melhor entendimento, mas nada tirado do contexto. 
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- Ys.

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Caçadores de criaturas sobrenaturais


No ano retrasado, indo para uma palestra em Montevidéu tive o prazer de conhecer, por meio de uma parapsicóloga, um caçador de monstros. Como meu trabalho é praticamente exercido sobre pesquisas de campo, conheço muita gente de diversas áreas, que conhece mais gente e assim por diante. Enfim, sabendo que ficaria poucos dias, minha querida amiga tendo ciência do meu interesse pelo desconhecido, chamou o caçador e a mim para uma noite agradável antes de partir. Ele era um homem por volta dos 30 e poucos mais ou menos, não quis perguntar a idade por educação, mas deduzi isso pela sua fisionomia. Era de poucas palavras, o que complicava minha situação, já que eu estava curiosíssima para saber mais detalhadamente como ele levava a vida. Depois de alguns copos de Whisky, ele passou a abrir-se mais. Basicamente ele explicou-me que era chamado por famílias que estavam passando por situações inexplicáveis ou investigava por fora casos policiais sem resolução. Também disse que em alguns lugares a policia (poucos da policia sabiam) o contatava para ajudar nas investigações que fugissem do usual, da forma mais discreta possível e tendo em vista que a maioria das pessoas são céticas. Perguntei a ele como ficavam os casos em que, de fato, foram causados por seres sobrenaturais e segundo ele, a policia fechava o caso e dava o aval para caçar se ainda estivesse nas imediações. Indaguei o motivo de ter decidido se tornar caçador e ele apenas disse que começou estudando sobre, resolveu pequenos casos que apareciam e quando percebeu estava completamente envolvido. Victor* disse que estava em Montevidéu para ajudar uma família que custeou todas as despesas dele, contou-me meio por cima que era um caso simples de poltergeist e que não demorou para resolver. Victor também contou que existem muitos caçadores, mas que infelizmente a ''profissão'' estava completamente desmerecida e sendo motivo de chacotas por ações de civis. Infelizmente ele precisou sair antes que eu pudesse fazer mais perguntas, mas futuramente se tudo der certo, tenho planos de fazer mais alguns post sobre caçadores. Stay tuned.

*Victor: Nome fictício

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- Ys.

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